Líderes desmentem que cristãos na Nigéria sejam mortos por disputa de terras
- 18/12/2025
Líderes cristãos e especialistas em direitos humanos na Nigéria apresentaram um alerta contundente sobre a crescente violência no país, afirmando que a motivação religiosa é o motor central dos ataques. Em conferência organizada pela Portas Abertas Internacional, os palestrantes refutaram a tese de que os confrontos seriam apenas disputas territoriais entre agricultores e pastores, classificando a situação como uma perseguição sistemática à fé cristã.
A Crítica ao Governo e à Narrativa Internacional
Conforme os relatos, a declaração de “estado de emergência” feita pelo presidente Bola Ahmed Tinubu em novembro é vista como uma medida superficial — uma “cortina de fumaça” que não aborda a raiz do problema.
O grupo também contestou a narrativa que tenta equiparar o sofrimento de cristãos e muçulmanos no país. Segundo os palestrantes, embora a violência afete a nação na totalidade, as comunidades cristãs são alvos específicos e desproporcionais de grupos extremistas.
Dados Alarmantes de Violência
Especialistas como o advogado Jabez Musa e o jornalista Stephen Kefas apresentaram números que sustentam a gravidade do cenário:
- Vítimas do Boko Haram: Estima-se que mais de 50 mil cristãos tenham sido mortos pelo grupo no nordeste da Nigéria nos últimos 15 anos.
- Dados Globais: Segundo a Portas Abertas, dos 4.476 cristãos mortos por sua fé no mundo em 2024, cerca de 3.100 (quase 70%) estavam na Nigéria.
- Histórico de Longo Prazo: A organização Genocide Watch registrou a morte de pelo menos 62 mil cristãos entre os anos 2000 e 2020 devido à intolerância religiosa.
“A Terra é o que menos importa”
O deputado federal Terwase Orbunde e outros líderes reforçaram que a ocupação de terras é uma consequência, não a causa primária. Eles destacam que:
- Convivência Pacífica: Por décadas, cristãos e pastores Fulani conviveram sem conflitos armados até a ascensão de ideologias extremistas.
- Datas Religiosas: Os ataques são frequentemente planejados para ocorrer em datas como Natal e Páscoa, visando maximizar o dano às comunidades em celebração.
- Alvos Específicos: No Cinturão Médio e no Norte (onde vigora a Sharia), igrejas são destruídas e vilarejos cristãos são dizimados, enquanto comunidades vizinhas de outras fés costumam ser poupadas.
Grupos Extremistas em Ascensão
Segundo o Baptist Press, além do conhecido Boko Haram e do Estado Islâmico (ISWAP), novos grupos e facções dos extremistas Fulani — agora equipados com armas de guerra — têm espalhado o terror. Para Jabez Musa, o ódio ao cristianismo está ligado à visão desses grupos de que a religião representa a “cultura ocidental”, a qual eles buscam erradicar.
O jornalista Stephen Kefas, que já foi preso político e pesquisou mais de 70 vilarejos, concluiu que a evidência documental é inegável: “Por mais que se queira ser conservador na análise, não se pode ignorar o que os cristãos estão sendo caçados por sua fé”.
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